segunda-feira, 27 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

"Scripts de uma vida"

Homenagem ao querido Mestre Dylmo Elias

Quarta-feira, 22 de abril de 2009. Abro minha caixa de mensagens pela manhã e me deparo com uma notícia muito triste:
"Morreu hoje, no hospital Ordem Terceira da Penitência, na Tijuca, o advogado e professor de jornalismo Dylmo Elias, de 80 anos. Ele sofreu uma parada respiratória."
Imediatamente meu pensamento é invadido por inúmeras lembranças: meu primeiro dia de aula quando o conheci; o dia em que, juntos, na switcher do laboratório de rádio da UniverCidade dançamos funk; minha primeira locução aos olhares incentivadores do Mestre; suas constantes palavras de carinho e apoio; o café com leite na cantina; as conversas na Unidade de Processamento Audiovisual (UPA); a sua brilhante participação como locutor no musical da Lapa; sua visita a minha casa; nossas conversas ao telefone; sua presença junto aos meus alunos no Colégio São Paulo para falar sobre rádio, teatro, radioteatro, Pedrinho...; o dia em que André tocou na rádio MEC em sua homenagem; seu estímulo nas horas difíceis; seu aplauso nas horas alegres...
Dylmo sempre nos fez acreditar...
Acreditar em nossa capacidade, em nossos sonhos, em nossa meta. Para ele não existia "não posso", "não consigo", "não sei"; mas, "eu posso", "eu consigo", "eu sei".
Mais que um professor ou um educador, Dylmo foi, e sempre será, um grande amigo. As vezes um pai e até mesmo um avô querido, acalentando as dores e cicatrizes deixadas pelos caminhos de nossa existência.
Com Dylmo aprendi coisas da vida...
Um dos maiores scripts escritos pelo Mestre, o maior legado deixado por ele para nós, seus alunos e discípulos, foi o roteiro de sua história... sua história de vida!
"Firmes!" ecoa a voz saudosa. Firme! respondo, ainda com a voz embargada pela saudade.
Apesar da breve ausência, em minha memória sua eterna presença.
Obrigada Dylmo.
Até um dia.

Miserables, Les - I Dreamed A Dream



Susan Boyle - EMOCIONANTE!

Tradução:

Eu Tive um Sonho



Houve um tempo quando os homens eram amáveis /Quando suas vozes eram suaves/E suas palavras convidativas

Houve um tempo quando o amor era cego/E o mundo era uma canção/E a canção era excitante/ Houve um tempo...

então tudo deu errado

Eu tive um sonho num tempo que já se foi/Quando esperanças eram elevadas e valia a pena viver

Eu sonhei que o amor nunca morreria/Eu sonhei que Deus estaria perdoando

Então eu era jovem e destemida/Quando sonhos eram feitos e usados e perdidos

Não havia nenhum resgate a ser pago/Nenhuma canção desconhecida, nenhum vinho intocado

Mas os tigres chegaram à noite/Com suas vozes suaves como trovão/Tal como eles rasgam sua esperança em pedaços/Tal como eles transformam seus sonhos em vergonha

Ele dormiu um verão ao meu lado/Ele encheu meus dias de maravilha infinita/Ele fez da minha infância o seu êxito/Mas ele se foi quando o outono chegou

E ainda sonho com ele vindo até a mim/E nós viveríamos juntos os anos/Mas há sonhos que não podem acontecer/E há tempestades que não podemos desafiar

Eu tive um sonho que minha vida iria ser/Tão diferente deste inferno que estou vivendo/Tão diferente agora do que parecia

Agora a vida matou o sonho que tive

terça-feira, 21 de abril de 2009

Jogos na Educação: dispositivo computacional e artefato pedagógico



(texto escrito como base para a minha pesquisa sobre Jogos e Educação - monografia de conclusão de curso - especialização em Midia e Educação para a PUC - Rio)


Slavisa Lamounier

A atual sociedade em que vivemos – graças à evolução tecnológica e a grande demanda às Novas Tecnologias da Informação – está mergulhada em um fluxo de notícias constantes, cujo ritmo acelerado promove uma realidade diferente da vivenciada por gerações anteriores. A nova geração, que presencia e navega no contexto social da hipermídia, teve que se acostumar a uma nova realidade repleta de hipertextos, não-linearidade, fugacidade, velocidade, navegabilidade e fluidez.


Mas, como diferenciar, dentro desta realidade, conhecimento & informação? O que, ou quanto dessa informação nossa mente é capaz de armazenar e transformar em cognição? Qual é o papel do novo professor neste contexto? Os jogos, em especial os comerciais, capazes de garantir entretenimento aos jovens, podem transmitir ou facilitar a aprendizagem, se usados no âmbito escolar – numa interdisciplinaridade dos saberes?


De acordo com a Teoria Sócio-Construtivista de Vygotsky, a linguagem e a memória (funções psicológicas superiores) são construídas ao longo da história social do homem em sua relação com o mundo. Ele aponta para a escola como um “lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem” [1], sendo, portanto, papel do professor mediar[2] o processo de aquisição de conhecimento – a aprendizagem ocorre mediante a interação com o outro – imersão do sujeito com o “outro social” [3]. Para Vygotsky, o jogo se apresenta, neste contexto, como um artefato cultural, um objeto social através do qual a criança tem possibilidade de suprir desejos e testar possibilidades.


A Teoria da Mediação Cognitiva – Campello de Souza & Roazzi (2004) baseia-se na idéia de que “a inteligência humana não resulta apenas de um funcionamento cerebral, mas também da complementação desse funcionamento pelo processamento auxiliar realizado por estruturas externas ao indivíduo (mediação), o que inclui objetos, artefatos, grupos sociais e culturais”. Mais que um filtro, a Mediação Cognitiva é um componente ativo que age como um dispositivo computacional, realizando diversas operações lógicas sobre os dados e informações associados a um determinado objeto e situação. Segundo Campello de Souza, a Cognição Humana aparece como “um conjunto sofisticado de mecanismos internos e externos de processamento de informação que, juntos, formam um complexo sistema organizado” (Campello de Souza, 2004)


No contexto da Teoria da Mediação Cognitiva apresentada por Campello de Souza, os jogos aparecem como potentes dispositivos computacionais externos, capazes de estimular o desempenho cognitivo[4]


Para o pesquisador Roger Silverstone, o conceito de mediação – assim como para Jesus Martin Barbero e Guilherme Orozco Gomes – ocorre através da produção de uma rede de significados. Essa circulação de significados é transformativa no processo de construção da realidade – recebemos a mensagem midiática (uma notícia, por exemplo) que representa um aspecto da realidade e através de nossa interação com ela (nossas experiências no processo de construção do sentido), construímos novas realidades, novos referentes.


Assim, a brincadeira e o jogo aparecem, de acordo com Silverstone, como uma possibilidade de experimentar, criar novos significados, produzir novos sentidos em um processo de imersão com o outro – objeto social; artefato cultural – ação. Reside, portanto, na experiência, no jogo, na brincadeira e na tentativa de experimentar novas possibilidades, a mudança da mensagem recebida e/ou percebida em conhecimento; informação em capital intelectual.


[1] Zacharias. Vera Lúcia Camara; Centro de Referência Educacional – disponível em http://www.centrorefeducacional.com.br/vygotsky.html - acessado em março de 2009
[2] De acordo com Vygotsky, a mediação é a idéia central para a compreensão das concepções sobre o desenvolvimento humano como processo sócio-histórico: enquanto sujeito do conhecimento, o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe.
[3] Objetos, ambiente e mundo cultural que rodeia o indivíduo.
[4] De acordo com o estudo apresentado por Campello de Souza, o cérebro humano é limitado e sua capacidade de armazenamento cerebral esgota-se rapidamente (segundo Merkle, 1988, a capacidade máxima de armazenamento cerebral é igual a 3.3Gb de informação ao longo da existência); para que o cérebro humano supere tais limites precisa de mecanismos externos – alguma forma de ampliação da capacidade cognitiva – EVOLUÇÃO ALOPLÁSTICA - baseada na manipulação de objetos fora da esfera do seu próprio corpo.

Cultura Criativa Digital - Introdução



Veja também:


Parte 2

sábado, 4 de abril de 2009

Sozinho (Caetano Veloso)

Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
O antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus desejos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?